Gravidez na Suíça: o pré-natal

Aqui na Suíça você pode fazer seu pré-natal de duas maneiras: no setor público ou no setor privado. Quem opta pelo setor público faz consultas nos hospitais e é acompanhada por equipes excelentes (eu conheci no final da gravidez esse processo e conto já pra vocês). Como eu já tinha um médico ginecologista aqui, decidi fazer o acompanhamento pelo setor privado. Mas tem algo muito interessante nesse processo: plano de saúde aqui na Suíça é obrigatório. E mesmo que a mulher tenha o plano mais básico, o pré-natal é coberto por ele com todos os exames que se tem direito (os exames básicos, certo? Exames como sexagem fetal, por exemplo, não são entram nessa lista).

Assim como no Brasil, eu tinha consultas mensais com meu ginecologista. Todas as vezes que ia lá, fazia exames de urina e sangue e uma ecografia para acompanhar o crescimento do bebê. Era meu momento preferido: ouvir os batimentos cardíacos e acompanhar cada evolução de pesos e medidas da Giovanna. Ah! Um detalhe importante! Só soube que seria Giovanna na 19^a semana de gestação. Os médicos aqui não se comprometem em dizer o sexo do bebê antes da 20^a semana. Nessa fase, faz-se o exame morfológico e é através dele que eles informam o sexo. Como justamente na semana 20 eu estaria nos Estados Unidos fazendo o enxoval, pedi para meu médico avaliar antes do morfológico (que só foi feito no meu retorno, com 21 semanas) para que eu pudesse fazer as compras de forma direcionada. Ele colaborou e disse que era uma menina (não com 100% de segurança, mas eu confiei mais uma vez no meu coração que também dizia que eu esperava uma menininha). Graças a Deus nenhum dos dois se enganou. O exame morfológico, que foi feito no hospital onde depois a Giovanna nasceu, confirmou que eu esperava uma menina.

E como eu escolhi o hospital? Esta era uma das minhas preocupações e tratei de tirar minhas dúvidas logo no início com meu médico. E eis mais uma curiosidade daqui. Você pode optar por fazer o parto em hospitais públicos ou em clínicas privadas. Alguns planos cobrem partos nas clínicas, o que não era o meu caso (meu plano cobriria parcialmente). E o custo não é nada barato. Um outro detalhe é que aqui a prioridade é para o parto normal, independente de onde você escolha parir. Pelo menos foi o que meu médico me explicou: ele recomendou a clínica onde ele atende, mas disse que só faria o parto caso eu precisasse de uma cesárea. Se eu chegasse em trabalho de parto para realizar um parto normal, o médico mais próximo que me atenderia. Perguntei então como funcionava nos hospitais públicos. Ele então explicou e também me recomendou conhecer dois, o CHUV, em Lausanne, e uma outra maternidade na cidade de Aigle. Como já tínhamos ouvido falar muito bem do CHUV, decidimos conhecer primeiro lá e de cara gostamos. No caso do parto em hospitais públicos, você é atendida pela equipe de plantão e é essa equipe que realiza seu parto. Como mesmo na clínica as chances de ter meu parto com meu médico eram mínimas, optei pela maternidade do CHUV e não me arrependo (vou contar mais detalhes nos próximos posts). Um dos fatores decisivos para mim foi o fato de o CHUV ter uma UTI neonatal. Claro que a gente quer não precisar, mas preferimos ser sensatos no momento da escolha e pensar que, caso fosse necessário, era bom ter tudo em um lugar só (o que não era o caso da clínica particular). Fiz então o acompanhamento com meu médico e tive uma gravidez bem tranquila, graças a Deus. Giovanna virou na semana 28 e aparentemente eu tinha tudo para ter um parto normal. Então, na semana 35 de gestação eu me despedi do meu médico e saí de lá com uma caixa de brindes e amostras de produtos (eles mimam bastante as grávidas por aqui) e todo o dossiê do meu pré-natal. A partir da semana seguinte eu seria acompanhada pela equipe de médicos e enfermeiros do CHUV. E esse acompanhamento eu conto no próximo post. 🙂