Embora a viagem de ida tenha sido um pouco traumática, o tempo que passamos em Stresa foi simplesmente delicioso. Era início de outubro e, na Suíça, o outono já havia se instalado. Na Itália, o clima ainda era de final de verão e bastante agradável. Passamos 3 dias em Stresa, pois os outros dois dias do passeio ficaram para o trajeto de ida e volta. A cidade é pequena, mas muito charmosa. O forte da região é o Lago Maggiore e suas três ilhas principais: Isola Madre, Isola Bella e Isola dei Pescatori. Conhecer as ilhas foi o nosso passeio de primeiro dia, extremamente acertado. O dia estava ensolarado e o passeio para as ilhas é de barco. Giovanna foi tranquila em seu carrinho e aproveitou para tirar seu cochilo matinal. Nossa primeira ilha foi a Isola Bella, cenário ideal para muitas fotos. Não visitamos o Palazzo Borromeo, principal atrativo da ilha, pois achamos difícil fazê-lo empurrando o carrinho da Gio. Além disso, fazia sol e queríamos aproveitar o clima e não ficar andando dentro de museus (mesmo o palácio tendo um jardim ornamental). Escolhemos então um restaurante para almoçarmos e apreciarmos a vista. A Isola Bella em si se resume ao palácio e a pequenas ruas que só são acessíveis através de escadas. Depois do almoço, seguimos então para a próxima ilha: Isola dei Pescatori. Simplesmente apaixonante! Nela conseguimos caminhar pelas ruazinhas e o balanço do carrinho fez nossa pequena dormir serenamente mais uma vez. Momento ideal para um gelatto – gordice obrigatória em qualquer ida para a Itália. Fomos desaconselhados a visitar a outra ilha (Madre), que se resume em jardins cuja visita é paga e parece que tem um acesso por escadas. Já passava das 4 da tarde e achamos prudente voltarmos para o hotel para que a Giovanna descansasse do carrinho. Diferentemente das viagens que fazíamos a dois, optamos por jantar todos os dias no hotel. Nossa mesa já era reservada em um lugar confortável para acomodarmos o carrinho e assim evitávamos correria e qualquer stress na hora de dormir. Este foi um dos acertos que recomendo para quem for viajar com criança: desacelere e pense no conforto do bebê para, consequentemente, manter o conforto da família. Na Itália, a gente sempre gosta de conhecer restaurantes variados, mas abrimos mão dessa vez e não nos arrependemos. Giovanna supreendentemente dormiu super bem as 4 noites que ficamos no hotel. Ela tinha começado uma boa rotina de sono e, como mantivemos o ritual (vou falar dele qualquer hora no meu mundo materno), ela não estranhou nadinha e manteve o ritmo de sono. Isso contribuiu muito para aproveitarmos o passeio.
O segundo dia foi de chuva e decidimos passear apenas pelo centro de Stresa. Foi um passeio simpático e agradável. Capa de chuva no carrinho e lá fomos nós. As ruazinhas do centro de Stresa são bem charmosas, repletas de lojinhas e restaurantes. Almoçamos por ali quando a chuva apertou e depois andamos mais um pouco. Mas voltamos cedo para o hotel: Giovanna teve um desarranjo intestinal. Na época, ela mamava apenas em mim. Eu tenho uma leve intolerância à lactose, mas quando estou viajando acabo bebendo o leite do hotel (gosto demais de leite). Sem contar que na época eu estava com uma alimentação totalmente regrada pelo início da amamentação: pouco tempero, pouca gordura, nada de molhos fortes… Mas estando viajando e comendo em restaurantes, isso não funciona muito bem na prática. E toda essa alteração da minha alimentação afetou o intestino da pobrezinha. Então neste dia ficamos mais resguardados – não sem antes passarmos num Carrefour Market pra aumentar o estoque de fraldas… afinal, nunca se sabe quando se trata de uma diarreia. Por sorte, eu me atentei novamente à minha alimentação e logo estava tudo estabilizado. No terceiro e último dia (de passeio, pois o dia seguinte era para retorno) fomos visitar um jardim botânico, o Jardim Botanico de Villa Taranto (em italiano, Giardini Botanici Villa Taranto). Super passeio família! Parque calmo e tranquilo para caminhar, com paradas para observar os jardins e, claro, tirar fotos. O jardim tem flores exóticas e maravilhosas. Tem um espaço exclusivo até para a nossa Vitória-régia, acreditam? A visita dura média de duas horas e caminha-se muito para conhecer todos os espaços. Um deles oferece uma bela vista para o Lago Maggiore. Depois do jardim, almoçamos e voltamos para o hotel (o almoço já foi depois das duas da tarde). Até pensamos em esticarmos o passeio até Lugano, cidade suíça que faz divisa com a Itália. Mas consideramos a viagem do dia seguinte e decidimos voltar para o hotel para proporcionar à Giovanna mais um tempo de descanso do carrinho e bebê-conforto. Como já disse, esta foi uma viagem diferente, na qual priorizamos o bem-estar de nossa nova tripulante e preferimos evitar os abusos. Nosso foco era estarmos os três juntos e descansarmos. Conhecemos o que foi possível e aproveitamos a companhia um do outro. Giovanna se divertiu tendo o pai e a mãe por perto o tempo todo (lembrem-se que o pai tinha ficado duas semanas fora a trabalho), babando para cada gracinha e movimento que um bebê de dois meses faz. Foi uma experiência maravilhosa para nós e tenho certeza de que para ela também. Alguns céticos dirão: mas ela nem vai se lembrar disso no futuro, quanta bobagem! Para esses, eu digo o seguinte: lembrar ela não vai mesmo não… mas naqueles dias ali, naquele movimento novo, tenho certeza do quanto ela se sentiu amada pelos pais. E futuramente, ela verá as fotos, contaremos como foi e recordaremos com ela a sua primeira de muitas viagens, se Deus assim nos permitir. E isso para nós já é o suficiente. E para os adeptos à viagem com bebês, digo que vale a pena, mas deixo minha dica: respeitem o tempo do bebê e desacelerem para que seja prazeroso. Pois embora nosso destino tenha sido Stresa, o que a gente menos quer em uma viagem é stress… Até nosso próximo destino e… voilà!