Um passeio que me chamou a atenção em uma das minhas primeiras pesquisas de “viagem pela Suíça” foi o Trem de Chocolate. Li sobre ele no blog Viaje comigo, amigo – meu blog preferido para consultas de viagens (até fiquei amiga virtual da Karla Gê, a fofa que escreve esse blog delicioso de seguir!). Bem, quando li sobre o Trem do Chocolate no blog da Karla, fiquei louca pra fazer. Primeiro porque ela conta do passeio de uma forma tão gostosa que dá vontade de seguir todo o trajeto dela. Segundo porque ela foi duas vezes – o passeio só podia ser maravilhoso! E terceiro porque… como um passeio que leva chocolate no nome pode ser ruim???
Sendo assim, tratei de fazer as nossas reservas assim que pude ainda para o mês de agosto. Explico: o trem de chocolate não funciona entre novembro e abril, mas somente de maio a outubro às segundas, quartas e quintas. Como julho e agosto são meses de alta procura, ele é diário. E para ter a companhia do marido, tinha que ser final de semana, certo? Portanto, só nos restava o mês de agosto. Compramos logo no início do mês para o dia 24. Vale ressaltar que os lugares já estavam quase todos ocupados, o que mostra a importância de comprar antes e não deixar para a última hora. O passeio não é tão barato, mas vale o que se paga. São 99 francos suíços (crianças e portadores do Swiss Pass têm desconto), e há algumas “regalias” inclusas. Vou destacar os pontos importantes a seguir com os benefícios do passeio, certo?
Bem, minha primeira dica é essa acima: comprar com antecedência, pois é muito mais tranquilo chegar ao local já com as passagens em mãos. A compra pode ser feita pelo site da Golden Pass e o trem parte pontualmente às 8h57 da estação de Montreux. E o charme do passeio já começa aí: o trem é panorâmico e tem um estilo Belle-Époque, com poltronas acolchoadas, um bar-restaurante em um dos vagões (nós fomos exatamente nesse) e um glamour daqueles filmes ou livros antigos, tipo Assassinato no Expresso Oriente, da Ágatha Christie. Enfim, o trem por si só já é um charme!
Daí em diante o passeio só encanta mais ainda, pois o trajeto percorrido também é imagem de cinema. As fotos não saem tão boas quanto a gente deseja, mas dá pra se ter uma pequena noção do que estou falando: lago, montanhas, campos maravilhosos, tudo na mais perfeita combinação que o cenário suíço pode oferecer.
O dia estava nublado (mais tarde veio a chuva), mas ainda foi possível pegar um pouquinho do sol que não sabia se ficava ou não no céu. Deu até foto artística:
Bem, o trem para algumas vezes por causa do tráfego nas linhas ferroviárias e isso ajuda um pouco com algumas fotos, mas nem sempre você está do lado certo da paisagem, que muda de lado toda hora. Já na partida, um gostoso café é servido: um croissant au chocolat (meu preferido) e a bebida de sua preferência: café, chá, achocolatado. Não tenho preferência por chá, mas foi a minha pedida, temendo a dor de barriga que o achocolatado poderia causar. Ah! Um pequeno tablete de chocolate é servido também nesse momento. Esse café está incluso no preço do passeio.
A primeira parada acontece depois de mais ou menos uma hora de viagem e é na Maison du Gruyère, uma pequena fábrica do famoso queijo gruyère, uma especialidade suíça. Confesso que achei a visita da fábrica meio sem graça, mas é no mínimo interessante observar o processo de fabricação de um queijo que custa tão caro por aqui – e o processo de maturação nos faz entender porque ele é tão caro! Na entrada da fábrica, cada visitante recebe um pacotinho com os três principais tipos do famoso queijo: cada um fica, respectivamente, 6, 8 e 10 meses em um cave para chegar ao sabor desejado. E eu, que nem gostava de queijo quando criança, me deliciei com os três tipos: um mais perfeito que o outro.
Saindo da fábrica de queijos, pegamos um ônibus para a próxima parada: a cidade de Gruyère. Um vilarejo, na verdade, mas um lugar tão charmoso que fiquei com vontade de ficar lá até o fim do dia. Ali, fizemos a visita ao castelo e almoçamos o famoso Raclette, uma especialidade com queijo que parece o conhecido fondue, mas é ainda melhor (e mais fácil de administrar). A entrada ao castelo também está embutida naqueles 99 francos. Confesso que teria ficado mais impressionada com o Castelo se não tivesse ido ao Chilon, de Montreux. Mas o de Gruyère não deixa de ter suas particularidades, como uma mão cortada de múmia egípcia e um jardim lindo que, mesmo com a chuva – que chegou bem naquela hora, valeu a visita.
Depois de um tempo para passear e almoçar em Gruyère, o ônibus segue para a cidade de Broc, onde fica uma das mais antigas fábricas de chocolate da Nestlé, a Nestlé-Callier. Aqui cabe uma interessante curiosidade: a Callier era uma conhecida fábrica de chocolates suíços, mas ainda não fabricava chocolate ao leite, somente o amargo. Foi quando Henri Nestlé sugeriu que colocassem o leite condensado no chocolate amargo e assim nasceu o chocolate ao leite que tanto gostamos – devemos essa aos suíços!
A visita à fábrica é literalmente uma delícia. O fato de ir com o grupo do Trem de Chocolate agiliza a entrada. Não sei se porque era sábado, mas o saguão de entrada estava lotado e era quase impossível circular com tranquilidade. A visita tem algumas animações e conta a história do cacau, do chocolate, enfim, são 20 minutos de história do chocolate Nestlé. Mas vamos a parte que interessa, porque o post está ficando gigante: a degustação. Sério, nunca me imaginei rejeitando chocolate. Mas são tantos sabores para experimentar que, no final da visita, passei a última bandeja. Não dava mais. E aqui vale uma dica preciosa que graças a Deus tivemos antes de ir: não entre para a degustação sem uma garrafinha d’água. Depois do terceiro chocolate, você vai querer beber água pra continuar experimentando e, se não tiver, vai parar antes de degustar os mais deliciosos sabores da Callier-Nestlé.
Outro detalhe importante: muita atenção a todos os sabores, pois na saída tem a lojinha e você pode comprar aqueles que mais gostar. E vale a pena, pois algumas caixinhas ficam em preços promocionais. Claro que fizemos nossas comprinhas na saída para esperar o horário de retorno. No horário combinado, o trem estava esperando na estação de Broc. E aí foi só apreciar a paisagem de volta para Montreux, onde chegamos às 18h e já conseguimos um trem para Vevey.
Bem, peço desculpas pelo tamanho do post, mas a delícia do passeio me empolgou para escrever e mostrar os mínimos detalhes. O que posso dizer para terminar é que o Trem de Chocolate é tão perfeito que nem a chuva conseguiu estragá-lo. Foi um dia delicioso – em todos os sentidos, como já havia me avisado a querida Karla. Certamente, ainda vou repetir a dose durante essa temporada na Suíça. Voilà!
Que ótimo, Fer, que vcs estão vivendo experiências como esta. Parabéns pelo texto!!!
Obrigad pela visita, Anderson! Saudades! Vou te mandar um e-mail deposis com algumas (boas) novidades que recebi hoje. Bjoks!
Eita! Teclado maluco: obrigada e depois! Hahaha
Bjos de novo!
Nossa, Fê, adorei seu post! Fiquei tão feliz de vc ter conhecido o trem do chocolate através do meu blog e ter gostado tanto desse passeio quanto eu! Adorei rever e sentir novamente as delícias desse passeio através do seu blog. A Suíça é mesmo um país especial e tem paisagens de cair o queixo!
Vá uma outra vez quando estiver sol, a paisagem fica linda! Especialmente a vista do alto do castelo.
beijos
Karla Gê
Oh Fer, deu uma vontade de comer queijo e chocolate, e quem diria mesmo, vc não comia queijo, foi aprender a comer lá em casa, rsrs, muito bem escrito querida, bjus, saudades!!!
Com certeza farei esse passeio de novo, Karla… a chuva não estava nos nossos planos, mas isso faz parte na Suíça, né? O tempo muda… E, mais uma vez, obrigada por dividir isso no seu blog! Ele foi mesmo a minha fonte de pesquisa total! rsrsrs
Bjoks!
Pois é, tio, quem diria, né? Comendo queijo e achando bom ainda! hahaha
Bem, sei que deu vontade, então o queijo eu não garanto, mas levo um chocolatinho pra você no fim do ano, viu? Beijos, meu bem! saudades! e obrigada pela visita! 😉
Oi Fernanda, que delícia de post. Gostei do seu comentário "como um passeio que leva chocolate no nome pode ser ruim???" hahahaha adorei!!
Vou pra suíça em fevereiro e ficarei 6 dias em Lausanne, justamente nesta semana o trem do chocolate fará uma viagem, o que não é comum no inverno. Daí que não posso deixar de ir!
Mas fiquei com uma dúvida na hora da compra e espero q possa me ajudar. Quando fui fazer a compra no site da goldenpass solicitei o trecho montreux a broc-chocolat e apareceu 2 trechos separadamente, um até montbovon e de lá até broc-chocolat, em trens diferentes. E o número do trem que aparece na hora da compra não é o mesmo que está no flyer da propaganda…mas não aparece uma opção trem do chocolate: comprar, rsrsrs…seria mais fácil. Acabei não comprando. Pretendia mandar um e-mail mas, só encontrei o numero de telefone. Então queroa que me ajudasse falando seu passo a passo na hora da compra. Ainda tem vários lugares nestes dois trens mas fiquei super na dúvida. E me parece q este não é o trem que vc foi, é um mais moderninho…e mais rápido. Enfim, se puder me ajufar te agraço muuuuiiito.
Abraço,
Débora.
Poxa, Débora… que pena que só estou vendo sua mensagem agora… você já veio ou ainda está por aqui? conseguiu fazer o passeio? Não consegui acessar as informações no site… Realmente deve ser outro trem, pois no inverno, aquele que eu fiz não sobe a montanha… Espero que tenha conseguido e me desculpe por não ter conseguido te ajudar… Com o final/início de ano, fui para o Brasil e me desliguei um pouco do blog… Um abraço!