Dentes, lágrimas e noites em claro

Ah, como mãe sofre. Sofre com tudo e mais um pouco. Sempre me disseram que a fase das cólicas era difícil para os bebês e mais ainda para as mamães. Graças a Deus as cólicas por aqui não fizeram nenhum terrorismo. Tão logo elas apareceram, começamos um tratamento com um remedinho milagroso (um probiótico, na verdade) que recomendo pra todo mundo. O nome desse remedinho é ColiKids e ele parece tirar com a mão os desconfortos que os bebês têm com as temidas cólicas que começam lá pelo vigésimo dia de vida. Bem, passamos pela fase das cólicas com muita tranquilidade graças ao Colikids e a uma grande mudança na minha alimentação, já que o único alimento da Giovanna era meu leite. As cólicas não tiraram nossas noites de sono. Quem tem sido a grande vilã aqui em casa é a danada da dentição. Giovanna foi muito precoce e antes de completar 5 meses já ganhou seu primeiro dentinho. De lá pra cá não parou mais. A cada 20 dias, mais ou menos, um dente novo (entre o terceiro e o quarto foram apenas 10 dias). Ela vai completar 10 meses na semana que vem e já tem 6 dentinhos. E cada um deles afeta absurdamente seu sono, tanto do dia como da noite. Estou desconfiada que o 7o está vindo aí, pois faz três noites que eu não durmo (não, não foi porque perdi o meu galinho – entendedores endenterão!). E essa noite eu fui ao pico do meu stress. Ela já tinha acordado 3 vezes, eu tinha acabado de voltar para a cama meio sonâmbula, meio morta-viva, quando ela chorou de novo. Existe uma teoria materna de que berço tem espinho, né? Parecia que era isso na noite passada. Voltei ao quarto dela na intenção de fazê-la dormir o mais rápido possível e me deparei com uma bebê aos prantos com a mão no fundo da boca. Foi só pegá-la no colo para aquele desespero todo passar, ela se aninhar no meu ombro e voltar a dormir. Confesso que eu não tinha mais braços, estava morta de cansaço, com sono, sem forças e sem nenhuma energia. Ao ver que ela coçava a gengiva, peguei-a na intenção de dar o remédio para aliviar, mas bastou aconchegá-la em meus braços para que ela pegasse novamente no sono. E eu caí em lágrimas… num misto de culpa, de cansaço e de vontade de que a dor que ela estava sentindo passasse para mim não para que eu pudesse dormir, mas para que a agonia dela terminasse. E assim, com lágrimas nos olhos, recostei-me com ela na poltrona da sala para certificar-me de que o sono dela se instalaria e, ao mesmo tempo, acalmar meu coração. Porque sentir a respiração dela no meu seio e deixar seu coraçãozinho batendo recostado ao meu é um bálsamo para estes momentos de aflição em que, muitas vezes, me sinto a pior mãe do mundo. Típico sentimento da maternidade, desse misto de emoções que vão e voltam nos momentos em que nos vemos cansadas e pensamos que não vamos dar conta. Aí nossos filhos nos mostram que nosso colo, nosso abraço, o calor do amor de mãe, curam muito mais que qualquer remédio. E aí só me resta agradecer a Deus por saber a dor e a delícia de ser mãe… E pedir que Ele nos ajude a passar por mais esta fase. Por que eu sei que outras virão…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *